Pois é, caros leitores! Estamos em junho e o final das aulas já está aí!
Com o final das aulas, chega a época dos exames e, com os exames, chega a dúvida sobre a razão que justifica a existência de exames…
Claro que podemos pensar nos exames como uma forma de uniformizar a avaliação dos alunos e de garantir que o peso da avaliação dos conhecimentos seja relevante no contexto geral da avaliação dos alunos. Para isso, contudo, teríamos de considerar que a avaliação dos alunos ao longo do ano não é uniforme no país e que a hipótese de existirem assimetrias ou injustiças é plausível.
Ainda nessa linha de pensamento, as motivações para a realização de exames nacionais do final do terceiro ciclo apenas nas disciplinas de Português e de Matemática são, no mínimo, questionáveis. Será que existem assimetrias apenas nestas duas disciplinas?
Há quem pense que estas duas disciplinas são as mais importantes e, por esse motivo, foram as escolhidas… Quem pensa assim não explica é porque só estas duas disciplinas são importantes… Será que as outras não são?
Claro que a realização de exames pode resultar tão somente da necessidade de controlo da qualidade dos resultados e da identificação de áreas de melhoria. Neste caso, a escolha de Matemática e de Português como disciplinas de exame será mais compreensível, desde que o governo tenha detetado no passado necessidades de melhoria nestas duas disciplinas…
A difusão anual dos resultados destes exames pela imprensa e o aparecimento dos rankings associados aos resultados não corrobora esta hipótese, contudo. Afinal, se a ideia é controlar a qualidade dos resultados obtidos pelo sistema, então, para quê divulgar os resultados dos exames e permitir a existência de rankings? Para espalhar pelos quatro ventos os problemas do sistema educativo?
A estratégia usada nas provas de aferição que não dá origem a resultados globais, mas identifica áreas de melhoria por aluno, por grupos de alunos e por escolas parece ser mais coerente com este objetivo e é, seguramente, uma melhoria de relevo, pois não facilita a existência dos malditos rankings de escolas, que tentam transmitir a qualidade de um estabelecimento de ensino através dos resultados de dois ou três exames…
Apesar de neste ano não ser expectável qualquer alteração na realização e na divulgação dos resultados dos exames, esperemos que num futuro próximo o seu sistema de divulgação de resultados evolua para um sistema análogo ao usado atualmente nas provas de aferição e que mantenha, na sua organização, a seriedade e o modus-operandi tão característicos deste tipo de provas.
Neste final de ano letivo, com exames ou sem eles, desejo, de coração, umas boas férias, com muito descanso e tranquilidade para todos os meus alunos e respetivos encarregados de educação!